Orientações para pacientes com Artrite Reumatóide

Entenda melhor sua doença para poder conviver com ela de uma maneira mais tranquila e saudável

Vem comigo esclarecer suas dúvidas.

O que é artrite reumatoide?

A Artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, que cursa com inflamação das articulações, mas que pode acometer outros órgão, como pulmão, pele, coração, olhos.

A artrite reumatóide é uma doença auto-imune, ou seja, há uma desregulação do sistema imunológico, que normalmanete defende o indivíduo de infecções (vírus e bactérias), passando a atacar o próprio organismo, principalmente, as articulações.

A causa da doença envolve fatores genéticos, ambientais e infecções. Sabemos que o tabagismo é um fator de risco muito importante para o desenvolvimento da doença, seja ele ativo ou passivo. Além disso, infecções periodontais podem também contribuir para o surgimento da artrite reumatóide. Por isso, mantenha sua saúde bucal em dia.

Quem pode desenvolver a AR?

A artrite reumatóide acomete cerca de 1% da população mundial. É mais prevalente nas mulheres ( 3 vezes mais mulheres do que homens), na faixa etária de 40-50 anos. Porém pode afetar desde crianças até idosos.

Quais são os sintomas?

O principal sintoma da artrite reumatóide é a inflamação das juntas, pode ter um curso lento, começar em poucas juntas e com o tempo atingir várias articulações, o que a gente chama de poliartrite. O paciente vai sentir dor e inchaço da articulação e pode perceber também que o local fica mais quente e até vermelho. Além disso, pode ter limitação para movimentar aquelas juntas, e um sintoma muito comum que é a sensação de “travamento”/ rigidez das articulações acometidas, principalmente, pela manhã, com duração, geralmente, superior a 1 hora.

É comum a dor ser mais intensa pela manhã, assim que o paciente acorda, e melhorar ao longo do dia, a medida que o corpo “esquenta”, aliviando um pouco com a movimentação e piorando em períodos mais longos de repouso.

O quadro costuma iniciar afetando as juntas das mãos, punhos, pés, bilateralmente, mas também pode atingir articulações maiores, como cotovelos, joelhos, quadris, tornozelos.

Se não tratada adequadamente pode evoluir com deformidades bastante caracteristicas da doença, que limitam a movimentação e geram prejuizo na qualidade de vida do paciente, podendo em casos graves impossibilitar a deambulação e outras atividades básicas.

Segue abaixo algumas imagens de sequelas da doença em casos de artrite reumatoide mais grave sem tratamento adequado:

Quais exames são necessários para diagnóstico da artrite reumatoide?

O diagnóstico da artrite reumatóide depende muito da história clínica compatível e alterações sugestivas no exame físico. O paciente pode apresentar também alterações em exames laboratoriais que aumentam a chance de ter a doença, como elevação de provas de atividade inflamatória ( proteína C reativa e velocidade de hemossedimentação), além de auto-anticorpos presentes na doença, como o fator reumatoide e o anticorpo anticitrulinado (anti-CCP). 

É importante lembrar, que em casos mais iniciais, as provas de atividade inflamatória podem estar normais e isso não exclui o diagnóstico. Assim como, existem pacientes que tem fator reumatoide e anti-CCP negativos, que são classificados como artrite reumatoide soronegativa. 

Outra questão relevante é que nem sempre conseguimos detectar com clareza a presença de artrite no exame físico, alguns pacientes tem doença mais subclínica, ou seja, com poucas manifestações ou sintomas menos exuberantes. Nesses casos, os exames de imagem podem ter papel fundamental no diagnóstico. Hoje em dia, utilizamos o método da ultrassonografia reumatológica de alta resolução, a fim de diagnosticar artrite/sinovite ativa nos pacientes. Através desse exame, podemos detectar mais precocemente alterações nas articulações, assim como dano estrutural, as erosões, que significam doença mais agressiva. 

Portanto, a ultrassonografia articular com uso de power doppler ou doppler colorido é um método com boas evidências cient[ificas para dar o diagnóstico da artrtie reumatóide, assim como avaliar seu prognóstico e seguir a evolução durante o tratamento. 

A ressonância magnética também poderá ser utilizada para detectar artrite, principalmente, quando não há disponibilidade do uso da ultrassonografia reumatológica com doppler, tendo em vista que é um exame mais caro e mais demorado para o paciente. 

Qual tratamento?

O tratamento da artrite reumatoide irá depender do grau de acometimento da sua doença. Na maioria dos casos, usamos medicações modificadoras do curso de doença (DMARD) a fim de freiar a progressão da atividade inflamatória e evitar dano articular futuro. 

A medicação utilizada como primeira linha de tratamento é o Metotrexato (15-25mg por semana). Quando o paciente falha a essa medicação, ou seja, continua com sintomas articulares mesmo com o uso da medicação é importante adicionar outro tratamento, porque o nosso objetivo é a remissão  clínica da doença. A segunda linha de tratamento pode ser a associação de outro DMARD sintético, como leflunomida, ou a associação de um DMARD biológico. 

O uso de corticoide deve ser evitado ao máximo, devido as efeitos colaterais. 

O que é remissão na artrite reumatoide?

Remissão é o termo médico utilizado para definir aquele paciente que apresenta controle clínico e laboratorial da doença. Ou seja, a doença está “dorminindo”, inativa. Podemos usar parâmetros objetivos para avaliar essa remissão, como o cálculo de índices de atividade de doença (CDAI / DAS 28). É importante, que o paciente não esteja usando corticoide para essa definição. 

Artrite reumatoide tem cura?

Não. A artrite reumatoide é uma doença auto-imune que não tem cura. Porém, tem tratamento.

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